Ayn Rand e o egoísmo racional: uma filosofia para a vida
- Laura Lima

- 2 de dez. de 2024
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Em uma de suas frases mais célebres, Ayn Rand considera o indivíduo como a menor minoria da Terra, deixando evidente o enaltecimento do indivíduo frente às demais correntes filosóficas e doutrinárias que pregam justamente o oposto, ainda que de maneira velada. Mas o que a sua defesa constante do individualismo tem a nos ensinar? E por que suas obras são tão pouco difundidas na educação de países que ainda vivem às sombras do paternalismo estatal?
Ayn Rand nasceu na Rússia no ano de 1905, presenciando a queda da família Romanov e a consequente chegada dos bolcheviques ao poder em outubro de 1917, com a posterior criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) no ano de 1922, o que acabou por edificar a ideologia comunista no período da Guerra Fria.
Em decorrência de sua experiência com a realidade soviética, Rand se mudou para os Estados Unidos no ano de 1926, iniciando sua carreira como roteirista e escritora, tendo, inclusive, obras lançadas em Hollywood e na Broadway. Um de seus mais renomados romances, “A Revolta de Atlas”, foi considerado o segundo livro mais influente nos Estados Unidos depois da Bíblia.
Mesmo com o seu vasto acervo de obras e com todos esses marcos importantes, a filosofia defendida por Rand continua enfrentando obstáculos para ganhar a devida notoriedade no mundo filosófico e acadêmico. O motivo se concentra majoritariamente no teor de sua filosofia, a qual se destaca das demais ao colocar o indivíduo como o centro de todos os problemas, e também das soluções dentro de uma sociedade.
Rand foi uma grande defensora das liberdades individuais e do capitalismo laissez-faire, negando todo o tipo de coletivismo que possa ser instaurado no seio de sociedades humanas.
Tal posicionamento é totalmente visível em suas obras, onde Rand explana sobre o “Objetivismo”, que abrange o conceito do “egoísmo racional”, veemente defendido pela filósofa. Para entendermos a ética objetivista, primeiro somos apresentados a um novo conceito de egoísmo, uma vez que o significado popular da palavra faz referência a atitudes maldosas, negativas, em nada altruístas.
Entretanto, Rand lança um novo olhar sobre o termo, visto que, para ela, a preocupação com os nossos próprios interesses é a essência de uma existência moral, sendo que o homem “egoísta” deve se colocar sempre no lugar de beneficiário de seus próprios atos morais, e não o contrário, como ocorre em sociedades e comunidades altruístas, onde o indivíduo é praticamente impelido a renunciar o seu bem em prol de terceiros, pois apenas assim seria considerado “moral”.
Ao trazer sua filosofia para o mundo concreto, Rand passa a citar o sistema de livre mercado, onde tais indivíduos, motivados por uma ética objetivista, se tratariam como comerciantes, trocando entre si valores. O referido comportamento é perceptível dentro do sistema capitalista, onde o princípio da troca gere todos os relacionamentos humanos, sendo eles pessoais, sociais e até mesmo espirituais.
Por Laura Lima, formada em Direito pela PUCPR, pós-graduanda em Direito Público Aplicado, Diretora de Mobilização e Eventos do LOLA Brasil.
Este artigo foi originalmente publicado no Boletim da Liberdade.




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